Fibrose Pulmonar Idiopática: Uma Doença com Similaridades e Conexões com a Biologia do Câncer
Diversos estudos clínicos realizados recentemente tem apontado vias específicas na patogênese da Fibrose Pulmonar Idiopática (FPI), entretanto, a doença permanece implicando numa sobrevida média de 3 anos de vida após diagnóstico, havendo necessidade de pesquisas adicionais com novos focos e perspectivas. A hipótese patôgenenica prevalente presume que um processo inflamatório ou uma desordem epitelial/fibroblástica independente deve desencadear o processo da doença.
Baseado em conhecimentos desenvolvidos a partir de consideráveis evidências científicas, o artigo abaixo discursa sobre um novo ponto de vista em relação a FPI, considerando a mesma como uma desordem neoproliferativa dos pulmões. Alterações genéticas, resposta a fatores de inibição e de crescimento, resistência a apoptose, comportamento e origem dos miofibroblastos, comunicação celular alterada e mecanismos de sinalização celular são mecanismos patogênicos comuns tanta à FPI quanto ao câncer.
O conceito da FPI como uma desordem pulmonar maligna letal deve se extender além da conexão patogênica entre as duas doenças e seus desfechos, levando a estudos de novas opções terapêuticas que poderiam ser adotadas dos estudos da biologia do câncer. Além disso, essa visão pode alertar a comunidade científica, política e pública a respeito dessa doença devastadora mostrando-a através desse novo ângulo para instigar novas idéias e estudos para uma melhor compreensão da mesma.